61º Encontro 9/7/22 - 5ª Admoestação Em Jesus Cristo, o humano de todos os homens
- Frei
- 9 de jul. de 2022
- 13 min de leitura
Parte 3 (II)
A excelência da liberdade e da finitude humana
II. Em Jesus Cristo, o humano de todos os homens
O modelo que o Pai tinha em mente ao criar o ser humano era Jesus Cristo. Cada ser humano foi pensado e querido desde a eternidade pelo Pai. Cada um é chamado a realizar no tempo este pensamento, este desígnio divino, este Amor ou Paixão do Pai. Cada ser humano, em sua singularidade, em sua propriedade histórica e corporal, é um pensamento divino a ser realizado, a tomar existência, a ser encarnado. Em cada um deve aparecer uma expressão única da filiação divina, do ser filho no Filho. Ser filho quer dizer ser parceiro, companheiro de Deus.
Somos criados à imagem do Filho segundo o corpo. O Filho é a imagem originária do Pai: quem vê o Filho, vê o Pai. O Filho é a semelhança expressiva, reveladora do Pai. Nós somos criados à imagem do Filho segundo o corpo. Na nossa humanização no seguimento de Jesus Cristo, isto é, na nossa individuação, pessoalização, na realização de nossa vocação de sermos filhos no Filho, a corporeidade não é um impedimento, mas é, antes a instância de nossa própria encarnação.
1. A corporeidade, instância de nossa encarnação
Corporeidade significa nosso pertencimento à terra, nosso ser inserido, enraizado, engajado, na realidade da terra. Significa, também, nosso ser-em-situação, que se dá na singularidade de cada aqui-e-agora, que se realiza na respectividade do “a-cada-vez”, de cada vicissitude.
Corporeidade significa que nossa liberdade se realiza como um ser-livre-para; que nos leva a assumir, a cada vez, a finitude, a concretude, de cada situação. Corporeidade é nossa abertura no mundo e para o humano. É a concreta, finita, abertura da existência, que se realiza, a cada vez, sempre de novo e de modo novo, como insistência num mundo ambiente, num mundo compartilhado com outros, num mundo carregado de sentido pessoal. A corporeidade é o horizonte de nossa existência. Ela é nossa existência como existência concreta, finita.
A corporeidade é o modo como cada um de nós, a cada vez, em situação, é sua própria existência. Neste sentido, não temos um corpo, mas somos um corpo. E, na medida em que a liberdade, o cuidado, perpassa nosso ser, temos que ser o corpo que temos, temos que transformar o corpo que temos em corpo que somos. E assim, em meio às vicissitudes da vida, vamos configurando nosso ser-pessoa.
Jesus Cristo, o filho encarnado, mostra para nós o modo da mais excelente realização desta tarefa de encarnação, de pertencimento à terra, de insistência na realidade concreta e finita da existência humana. Por isso, na humanização do homem segundo o seguimento de Jesus Cristo, o corpo ilustra e ilumina a configuração singular que a filiação divina alcança em cada um. Torna-se, então, um ser espiritual. Espiritual é o modo de ser do humano que assume este corpo a corpo da existência no pertencimento à terra; é o modo de ser que assume a existência como existência encarnativa.
São Francisco diz que o Pai criou o ser humano à semelhança de si, segundo o espírito. Na essência de nosso ser-criado, como seres humanos, está esta semelhança. Na nossa essência, nós somos divinos, somos da estirpe de Deus. Nós somos filhos no Filho. Na nossa essência, nós somos assim como o Pai é. Nossa existência é um chamado, uma vocação ontológica, que coincide com nossa própria criaturalidade: postar-nos num relacionamento que é assim como é o relacionamento do Filho com o Pai. Isto quer dizer: nós somos chamados a ser - neste relacionamento, que é relacionamento de amor, relacionamento pessoal - iguais ao Pai, idênticos com ele, uma só realidade com ele. Somos chamados a participar da natureza divina, da deidade do Pai, por pura benevolência, por pura gratuidade dele.
2. Filhos de Deus no seu Filho
Esta participação gratuita, graciosa, benevolente (graça), nos deifica, nos torna conaturais a Ele. A graça desse amor nos iguala a Deus. O amor torna semelhantes o amante ao amado. Na intensificação desta semelhança, aparece a igualdade. O amor mais forte iguala amante e amado na dinâmica de uma identidade que se realiza na diferença. O amor cria uma identidade, isto é, um co-pertencimento entre os diferentes. Não se trata de uma igualdade com Deus contra Deus, numa rivalidade com Ele. Trata-se de uma igualdade com Deus segundo Deus, na amizade com ele. Não se trata de uma equiparação do homem a Deus, pela qual o homem nega sua finitude. Trata-se de uma assemelhação do homem ao divino que se dá como uma geração espiritual, em que o homem nasce em Deus como filho de Deus e Deus nasce no homem como filho do homem. Igualdade, identidade, são modos de unidade. A unidade entre o homem e Deus acontece quando o ser humano realiza o seu ser filho no Filho, pela graça do amor. Nesta geração gratuita, graciosa, que requer todo o engajamento da liberdade humana, segundo o dinamismo do Espírito Santo, aparece o ser filho no Filho, e, com isso, a união com o Pai.
O ser-criado do ser humano tem, portanto, a forma de Cristo, a forma de Deus. No entanto, o ser humano se alienou dessa sua condição originária, daquela intencionada pelo Criador no ato mesmo da criação. À imanência e à transcendência da existência humana segue, então, a decadência. O ser humano compreendeu e interpretou o “ser como Deus” como um ser contra Deus. Compreendeu e interpretou-se não como filho, parceiro e amigo de Deus, mas sim como rival de Deus. E compreendeu e interpretou Deus como rival de si. Deixou nascer a dúvida e a desconfiança no seu coração a respeito de Deus. Rebelou-se contra a própria finitude, tomando-a não como finitude agraciada e agradecida, mas sim como finitude desgraçada e ingrata.
Esta rebelião é o mal da culpa, que se repete sempre de novo e de modo novo em cada um de nós, pecadores, existentes no esquecimento de Deus. Ela introduziu uma cisão entre nós e Deus. Abriu um abismo, que só podia ser ultrapassado pela encarnação do Filho. Esta cisão, esta separação da fonte da vida, da vida da vida, da vida originária, a Bíblia chama de morte. Quem vive nesta separação, incorre numa dessemelhança que é deformidade. Dessemelhante de Deus, o ser humano se torna dessemelhante de si mesmo, disforme em si mesmo. A “imago Dei” (imagem de Deus) nele já se torna irreconhecível. Este homem se põe como fonte e critério do saber do bem e do mal. Vive a partir de sua vontade própria. E viver assim é persistir na morte. Trata-se de um viver em condição de morte em forma de vida. O ser humano foge de Deus e foge de si, continuamente. Vive uma vida sem vida.
Esta queda da criaturalidade originária, da excelência da finitude agraciada, faz com que a finitude apareça como desdita, como maldição, como desgraça. O ser humano vive no ódio do limite. Tudo o que o limita parece-lhe odiável. Toda a negatividade, execrável. O ser humano pretende viver numa positividade sem negatividade, numa luz sem sombra. Seduzido pelo delírio da onipotência, o ser humano cai na mais profunda impotência. A existência humana se torna, assim, uma queda contínua, um defluxo, um constante resvalar para o abismo do nada destruidor e aniquilador, o nada do mal. É o mistério da iniquidade.
Para São Francisco, é seguindo Jesus Cristo, o Filho encarnado, na pobreza do espírito que se faz obediência, que o ser humano deixa recuperar em si, pela graça, isto é, pela proximidade e pela amizade com Deus, a imagem de Deus, a semelhança com Deus.
3. O homem, um deicida
O homem que vive na morte, isto é, no esquecimento de Deus, que é o pecado, na vontade própria, na desobediência, mata Deus, crucifica Cristo. Somente o homem, criado com tanta excelência, tem a prerrogativa de matar Deus, de crucificar Cristo, e, assim, de fazer frustrar a criação. Na história e no coração, o ser humano mata Deus. Este matar Deus, crucificar Cristo é deicídio e fratricídio. É a repetição, que se dá em cada um de nós, do mito de Adão e Eva, bem como do mito de Caim e Abel. No entanto, matando Deus, crucificando Cristo, o homem mata o humano em si mesmo. É, também, homicídio e suicídio.
Em toda esta dinâmica da morte, movida pelo ódio, que destrói e aniquila tudo, o ser humano arrasta o criado para o abismo do nada negativo e aniquilador do mal. As coisas deixam de ser coisas, isto é, simples concentração de relacionamentos entre céu e terra, mortais e imortais, e passam a ser apenas objetos e dispositivos. Além disso, os viventes da terra e a terra dos viventes são mergulhados na dor. Os animais, as plantas, as pedras, a terra, a água, o ar, o fogo, os astros, são inocentes. São incapazes do mal da culpa. O mal radical não pode aparecer nas criaturas naturais. Só pode aparecer nas criaturas livres. Todas as criaturas naturais, sendo o são, existem na obediência ao criador, o louvam, mostrando o poder, a sabedoria e a bondade dele. O conhecem e re-conhecem, sendo o que são. Nas criaturas livres este conhecimento e reconhecimento, esta obediência e este louvor, dependem de uma história de liberdade e graça. São Francisco diz: “todas as criaturas que existem debaixo do céu, a seu modo, servem, conhecem e obedecem ao seu Criador melhor do que tu”. O mais enigmático, na fala de São Francisco, é que o poder de matar Deus, de crucificar o Cristo, está sobretudo nas mãos do ser humano e não no dos demônios. O abismo da impiedade (não sensibilidade para com o amor divino) humana é inversamente proporcional à altura da excelência humana. Quanto maior é a altura da excelência humana, tanto maior é o abismo da sua própria impiedade e da sua própria miséria. Esta impiedade se renova continuamente à medida em que o ser humano continua “deleitando-se em vícios e pecados”. Ao mal da culpa segue o mal da pena, como diz São Francisco na Admoestação II: “Por isso, importa que suporte a pena!”. A existência humana se torna um tormento. Além do mais, com sua queda, o ser humano faz cair também nas outras criaturas o elã de vida e o vigor de ser em tudo,. A terra, destinada a ser o jardim que o criador deu ao ser humano, que confiou aos seus cuidados como a um pastor, em vez de paraíso, torna-se terra desolada, devastada, aniquilada.
4. A graça da penitência como retorno ao seu originário
Daí, a necessidade da penitência, isto é, da contrição, da conversão, da confissão do ser humano. Penitência é, antes de tudo, contrição. Se o arrependimento é muito mais que o remorso, a contrição é algo mais que o mero arrependimento. Pela contrição, o coração humano é tocado pela recordação de Deus, de seu amor, de sua misericórdia. O ser humano cai em si e reconhece como “o amor não é amado”, como ele, ser humano, é ingrato com o amor que o ama por primeiro, como ele é insensível para a sua ternura. Ele se condói com uma profunda dor por ter sido até então invulnerável a este amor primeiro, que é a benevolência, a misericórdia, do Deus-Amor, revelado em Jesus Cristo, o Filho encarnado e crucificado.
Pela conversão, o ser humano retorna da terra da dessemelhança para a terra da semelhança. O pecado não é apenas ato, mas é sobretudo estado, o estado de aversão a Deus. É a recusa da conversão. Pela conversão, o ser humano sofre uma guinada na sua existência: do esquecimento de Deus para a memória de Deus. Memória quer dizer, recordação, isto é, movimento de trazer ao coração o Deus-Amor, o Deus-misericórdia. A conversão acontece como humildade, isto é, como um “cair na real”, que é, na verdade uma “queda para o alto”. É um pisar o chão da finitude da existência sem revolta, ingratidão, ressentimento, mas com a cordialidade da obediência, da gratidão, da limpidez.
Em tudo isso, o ser humano se personaliza na via da pobreza do espírito, que agora aparece como humildade. Por uma existência humilde, isto é, encarnativa, o ser humano abdica de querer ser como Deus contra Deus, para ser como Deus segundo Deus e com Deus. Isto quer dizer: o ser humano retorna ao seu princípio e se aquieta nele. Ele vem a ser o que era na sua origem. Ele se encontra com o pensamento de Deus que ele era em Deus, na eternidade. Assim, ele encontra a sua singularidade, ele recupera o seu ser-idiota, isto é, o seu ser único, todo próprio. Isto é libertação, redenção, salvação. O ser humano, assim, irrompe para a “liberdade dos filhos de Deus”. Mais do que da liberdade natural do livre-arbítrio, trata-se da liberdade da graça e como graça. Por isso Francisco gostava de se denominar como servo pequenino e desprezível, ignorante e idiota.
Tudo, para o humano, é chance e ocasião para esta libertação para a liberdade da graça. Até a culpa se torna feliz culpa. Tudo. Também e, talvez, sobretudo, as situações de limitação, fragilidade, pobreza, impossibilidade. O humano traz em si a centelha do divino, e isso permanece intocado pelo tempo e pelo espaço. Em toda a parte e em cada momento, mesmo, e talvez, antes de tudo, naquelas situações de maior impossibilidade, esta chama pode ser reavivada pela boa vontade. De fato, do não-poder faz-se a faísca do poder-ser, do pecado a graça. Não, certamente, não através da superação ou da eliminação das dificuldades e da impossibilidade, mas, antes, justamente através da aceitação das dificuldades e do empenho cordial de obediência/ausculta da impossibilidade mesma, como de uma imensidão e profundidade maior do abismo da vida, em sua gratuidade. Por isso, podemos dizer: não é aquilo que nós podemos que nos torna livres, mas aquilo que nós não podemos. Na irrupção gratuita da liberdade, o impossível se torna possível, mas o caráter de ser deste possível constitui-se de uma possibilidade que é, ao mesmo tempo, necessidade. Somente ali, onde o impossível se transforma em possível, é que há verdadeiro ser capaz e verdadeiro empenho humano. O impossível é a possibilidade do ser si-mesmo mais autêntico e próprio do ser humano, o meramente possível, sua impossibilidade.
O contrário da existência encarnativa, da humildade, é a soberba. A soberba é uma espécie de crescimento da identidade humana, em que este crescimento é, na verdade, uma inflação, um inchaço. A soberba é um crescer e aparecer numa glória, que é uma vanglória, isto é, uma glória vã, oca, sem verdade, sem realidade, uma aparência que é mera aparência e auto ilusão. São Francisco adverte o ser humano a não percorrer esta via da soberba, que é, na verdade, um extravio, que põe a perder a identidade humana, a excelência humana. A soberba é a auto afirmação de uma falsa excelência. A via da soberba é o contrário da via da existência encarnativa, da humildade.
O que mais chama a atenção na Admoestação V está no fato de que São Francisco adverte o ser humano para não se apropriar dos bens espirituais, dos valores mais elevados, mais nobres, do espírito: ciência, sapiência, capacidade de interpretação e de comunicação, capacidade de perscrutar as coisas terrenas e celestes, as coisas humanas e divinas, capacidade de resolver problemas e enigmas, o ser belo e rico espiritualmente falando, a capacidade de fazer maravilhas, portentos, milagres, de expulsar e afugentar os demônios, etc. Se o homem se apropria para si estes bens, não os reconhecendo como dádivas divinas, ele se torna um ladrão. A soberba é um roubo, no qual o ser humano atribui a si, aos seus méritos, o que é dádiva divina. A respeito de tudo isso, São Francisco diz: “tudo isso te é contrário e de nada podes gloriar-te”. Em que sentido os dons divinos nos são contrários? Talvez no sentido de que nos vêm ao encontro como dons, como eventos da gratuidade, e nós vamos de encontro a eles como se fossem nossos méritos. Na verdade, não podemos nos gloriar deles. Isto quer dizer: não podemos querer crescer e aparecer na luz dos valores espirituais porque eles não nos pertencem, são dádivas divinas.
5. Em carregar nossa fragilidade, nossa cruz, eis nossa glória
Entretanto, resta a pergunta: em que é que podemos nos gloriar? Em que nós podemos crescer e aparecer em nossa identidade humana, no brilho e no vigor do nosso próprio ser, de nossa excelência? Resposta: nas nossas fragilidades e em carregar dia após dia a santa cruz de nosso Senhor Jesus Cristo.
Frei Harada comenta assim:
Essa afirmação se choca duramente com a nossa maneira de pensar usual. Nossa grandeza não consiste em sermos espiritualmente belos, perfeitos, santos, i.é, em todas essas coisas bonitas que imaginamos, consiste antes em abraçarmos as nossas fraquezas como Jesus Cristo abraçou a Cruz, cordial e jovialmente. Cruz, portanto, não é só sofrimento; é antes uma maneira de encarar o finito; é a atitude humana de como se deve assimilar as dificuldades. E esta é a excelência que nos faz semelhantes a Jesus Cristo segundo o corpo.
São Francisco ensina nesta Admoestação que todas as coisas grandes e boas são somente dons de Deus. Nós temos apenas unicamente a possibilidade de imitar a Jesus Cristo pegando os nossos limites (fraquezas) e trabalhá-los com jovialidade e gratidão, combatendo a ferrugem, a preguiça, a maldade que vem de nós mesmos; combater não no sentido de censurar, mas de nos animarmos sempre para nos predispormos cada vez à atitude de gratidão. Isso é o que nós podemos fazer. Nisso podemos colocar nossa glória, nossa realização. Isso é amar a Deus e ao próximo. E é isso que traz a felicidade, mas não como minha glória, minha perfeição, mas como a presença do amor de Deus em nós.
É no tomar a si mesmo sempre de novo na finitude acolhendo-a como a finitude agraciada e agradecida que reside nossa possibilidade de ser mais própria. Carregar todos os dias a cruz de Cristo é perfazer, sempre de novo, a conversão, isto é, a virada, a passagem da finitude desgraçada, que nos faz perder de nossa excelência, para a finitude agraciada, que nos faz reencontrar-nos no lugar originário de nossa excelência. Cruz diz o retraimento absoluto do mistério da encarnação que se revela na pessoa de Jesus Cristo. O sofrimento, a dor, as enfermidades, isto é, fragilidades, e as contradições no processo da filiação são chances e oportunidades de seguir este retraimento. Por isso frei Harada, certa vez, escrevia:
A cruz é o ponto central da essência de todas as coisas nessa paisagem ontológica do pensamento medieval. É como uma fenda que entrecruza todo e qualquer movimento, onde se processa e procede a ordenação das esferas dos entes na sua totalidade como dimensão ou como densidade de ser. É o ponto de contato entre a totalidade da repercussão de cada percussão como o encontro de diferentes mundos ou repercussões, constituindo cada vez o mesmo Um uni-verso. Enquanto fenda, interstício entre mundos, a cruz (os sofrimentos, as dores, as dificuldades etc.) é o in-stante da saída e entrada simultâneas de uma totalidade ou de um nível para outro. É o momento da viragem de transformação de uma dimensão para outra. Essa passagem se chama conversão ou retorno. Dito de outro modo, no movimento do operar-se, no surgir, crescer e consumar-se da obra, há sempre de novo o toque transformador da cruz. Esse movimento de contínua conversão pode ser comparado a uma porta basculante. Vira para fora e para dentro do mesmo modo. Ou melhor, a saída é ao mesmo tempo entrada: igual e simultaneamente. Significa dizer que toda e qualquer transformação faz repercutir todos os lugares e recantos do uni-verso em cordialidade, cuidado e alvoroço pelo surgimento, crescimento e consumação da vida na ab-soluta soltura da liberdade da criação na afiliação divina.
Para pensar e compartilhar:
1. Ser filho de Deus significa, a exemplo de Cristo, ser convocado para viver num contínuo processo de encarnação. O que significa isso?
2. Francisco diz que também nós, como os judeus, crucificamos Jesus Cristo. Por que, quando ou como isso acontece?
Paz e Bem!
Fraternalmente,
Frei Dorvalino Fassini, OFM e Marcos Aurélio Fernandes
Continue bebendo do espírito deste tema:
- indo ao texto-fonte: 61º Encontro - 5ª Admoestação - 3ª parte (II) - Em Jesus Cristo,
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