TEXTO-FONTE - 4º Encontro (27/02/21) São Francisco de Assis, um convertido por excelência
- Frei
- 27 de fev. de 2021
- 4 min de leitura
Atualizado: 12 de mar. de 2021
1º Estágio (continuação): Excelência, exemplo e vida ética: o que
a história de São Francisco nos ensina?
Legenda dos Três Companheiros, Nº 3 e 4
3. Contudo, era, a bem dizer, naturalmente cortês nos costumes e nas palavras, segundo o propósito do seu coração, não dizendo a ninguém nenhuma palavra injuriosa ou torpe; e até, mesmo sendo um jovem jocoso e jovial, propôs-se não dar nenhuma resposta aos que lhe falassem torpezas. Donde, a partir disso, de tal modo, “espalhou-se” por quase toda a província sua fama que, entre muitos que o conheciam, se dizia estar-lhe reservado um grande futuro. Partindo desses graus de virtudes naturais, chegou a esta graça de, voltado para si mesmo, dizer: “Já que és generoso e cortês para com os homens, dos quais nada mais recebes que favor transitório e vão, é justo que, por amor de Deus, generosíssimo em retribuir, sejas cortês e generoso para com os pobres”. Por isso, daí por diante, via os pobres com prazer, dando-lhes esmolas copiosamente. Mas, embora fosse comerciante, era gastador vaníssimo da riqueza mundana.
Certo dia, porém, tomado pelas coisas do mundo, vendia panos na loja do pai. Veio, então, a ele um pobre, pedindo lhe uma esmola pelo amor de Deus. Como estivesse tomado pela cupidez das riquezas e entretido nos cuidados do comércio, negou lhe a esmola. Iluminado pela graça divina, porém, repreendeu-se da grande grosseria, dizendo: “Se aquele pobre te pedisse alguma coisa em nome de um grande conde ou barão, com certeza tu lhe darias o que foi pedido. Tanto mais devias tê-lo feito, pelo Rei dos reis e Senhor de todos”. Desde então e por causa disso, propôs-se em coração, jamais negar o que fosse pedido por amor de tão grande Senhor (LTC 3).
4. Certa vez, quando ocorria a guerra entre Perusa e Assis, Francisco foi aprisionado com muitos de seus concidadãos e encarcerado em Perusa; mas, por ser nobre nos costumes, foi posto preso junto com os cavaleiros.
Certo dia, estando os companheiros de prisão acabrunhados, ele, que era alegre e jovial por natureza, não parecia entristecer-se, mas pelo contrário, de certo modo alegrar-se. Por isso, isto é, por alegrar-se, estando na prisão, um dos companheiros chamou-o de louco. A isto Francisco retrucou com voz vivaz: “Que pensais de mim? Ainda serei venerado pelo mundo inteiro”. Quando um dos cavaleiros, junto dos quais estava, ofendeu um dos colegas e – por isso, todos os outros queriam afastar-se dele, – apenas Francisco não lhe nega companhia, mas exorta os demais a fazer o mesmo. 6Decorrido um ano, restabelecida a paz entre as cidades mencionadas, Francisco voltou para Assis com os companheiros de prisão.
Papa Francisco - Laudato Si
105. A verdade é que «o homem moderno não foi educado para o reto uso do poder», porque o imenso crescimento tecnológico não foi acompanhado por um desenvolvimento do ser humano quanto à responsabilidade, aos valores, à consciência (LS 105).
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106. Mas o problema fundamental é outro e ainda mais profundo: o modo como realmente a humanidade assumiu a tecnologia e o seu desenvolvimento juntamente com um paradigma homogéneo e unidimensional. Neste paradigma, sobressai uma concepção do sujeito que progressivamente, no processo lógico-racional, compreende e assim se apropria do objeto que se encontra fora. Um tal sujeito desenvolve-se ao estabelecer o método científico com a sua experimentação, que já é explicitamente uma técnica de posse, domínio e transformação. É como se o sujeito tivesse à sua frente a realidade informe totalmente disponível para a manipulação. Sempre se verificou a intervenção do ser humano sobre a natureza, mas durante muito tempo teve a característica de acompanhar, secundar as possibilidades oferecidas pelas próprias coisas; tratava-se de receber o que a realidade natural por si permitia, como que estendendo a mão. Mas, agora, o que interessa é extrair o máximo possível das coisas por imposição da mão humana, que tende a ignorar ou esquecer a realidade própria do que tem à sua frente. Por isso, o ser humano e as coisas deixaram de se dar amigavelmente a mão, tornando-se contendentes. Daqui passa-se facilmente à ideia dum crescimento infinito ou ilimitado, que tanto entusiasmou os economistas, os teóricos da finança e da tecnologia. Isto supõe a mentira da disponibilidade infinita dos bens do planeta, que leva a « espremê-lo» até ao limite e para além do mesmo. Trata-se do falso pressuposto de que « existe uma quantidade ilimitada de energia e de recursos a serem utilizados, que a sua regeneração é possível de imediato e que os efeitos negativos das manipulações da ordem natural podem ser facilmente absorvidos» (LS 106).
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Neste mundo tão desumanisado. Para nós Franciscanos fica o apelo de sermos mais delicado. Atenciosos e Cortez .um sinal de contradição para a sociedade