TEXTO-FONTE - 11º Encontro (17/04/21) São Francisco, um convertido por excelência

3º Estágio - DA CONVERSÃO CRÍSTICA (continuação 2): MOVIDO PELA

TÊMPERA DA JUSTIÇA DIVINA, FRANCISCO FAZ-SE

IDIOTA, SIMPLES E TRABALHADOR

Legenda dos Três Companheiros, 22 e ss.

VII. Do máximo trabalho e aflição em prol da reparação da igreja de São Damião e como começou a vencer-se a si mesmo indo pedir esmola

Portanto, o servo de Deus Francisco, despido de todas as coisas que são do mundo a, aplica-se à justiça divina e, desprezando a própria vida, liberta-se para o serviço divino de todos os modos que pode. Voltando alegre e fervoroso à igreja de São Damião, fez para si um hábito como de eremita e confortou o sacerdote daquela igreja com o mesmo fervor cm o qual foi confortado pelo bispo.

Depois, levantando-se e entrando na cidade, começou a louvar a Deus pelas praças e vielas b como que ébrio de espírito. Terminada esta louvação do Senhor, volta-se a conseguir pedras para a reparação da dita igreja, dizendo: “Quem me der uma pedra, terá uma recompensa. Quem, porém, der duas, terá duas recompensas. Mas quem der três, terá outras tantas recompensas”.

Falava assim também muitas outras palavras simples, em fervor de espírito, porque, idiota e simples, escolhido por Deus, não nas doutas palavras da sabedoria humana, portava-se em tudo com simplicidade. Muitos no entanto, escarneciam dele, julgando-o insano; outros, porém, levados de piedade, comoviam-se até às lágrimas, vendo-o tão depressa ir de tanta lascívia e vaidade do século à tamanha ebriedade de amor divino. Mas, ele, desprezando os escárnios, dava graças a Deus em fervor de espírito. Seria longo e difícil narrar quanto trabalhou na mencionada obra, pois ele, que tão delicado fora na casa paterna, carregava as pedras nos próprios ombros, afligindo-se de muitos modos no serviço de Deus.

A ARQUITRAVE QUE SUPORTA A VIDA DA IGREJA

É A MISERICÓRDIA

A arquitrave que suporta a vida da Igreja é a misericórdia. Toda a sua ação pastoral deveria estar envolvida pela ternura com que se dirige aos crentes; no anúncio e testemunho que oferece ao mundo, nada pode ser desprovido de misericórdia. A credibilidade da Igreja passa pela estrada do amor misericordioso e compassivo. A Igreja «vive um desejo inexaurível de oferecer misericórdia». Talvez, demasiado tempo, nos tenhamos esquecido de apontar e viver o caminho da misericórdia. Por um lado, a tentação de pretender sempre e só a justiça fez esquecer que esta é apenas o primeiro passo, necessário e indispensável, mas a Igreja precisa ir mais além a fim de alcançar uma meta mais alta e significativa. Por outro lado, é triste ver como a experiência do perdão na nossa cultura vai rareando cada vez mais. Em certos momentos, até a própria palavra parece desaparecer. Todavia, sem o testemunho do perdão, resta apenas uma vida infecunda e estéril, como se se vivesse num deserto desolador. Chegou de novo, para a Igreja, o tempo de assumir o anúncio jubiloso do perdão. É o tempo de regresso ao essencial, para cuidar das fraquezas e dificuldades dos nossos irmãos. O perdão é uma força que ressuscita para nova vida e infunde a coragem para olhar o futuro com esperança (MV 10).

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por excelência: Conversão Crística: Movido pela têmpera da injustiça, Francisco

faz-se idiota, simples e trabalhador

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